Cavaco Silva apela aos portugueses para que façam férias "cá dentro"
O Presidente da República manifestou-se preocupado com a "grave" situação económica de Portugal, e apelou aos portugueses para que façam férias "cá dentro", para ajudar a inverter e ultrapassar a difícil situação em que o país se encontra.
"Neste tempo difícil que atravessamos, os portugueses devem fazer turismo no seu próprio país, pois é uma ajuda preciosa para ultrapassar a situação difícil em que o país se encontra", disse Cavaco Silva, em Albufeira, onde inaugurou o pavilhão desportivo local.
"Se não estivesse preocupado com a situação geral do país, não teria feito um apelo forte e veemente para que os portugueses passem férias no seu próprio país", sublinhou o Presidente.
"Aqueles que podem passar férias, devem fazê-lo cá dentro para ajudar Portugal a vencer as dificuldades atuais, pois passar férias cá, é criar emprego, combater o desemprego e ajudar à melhoria das condições de vida dos portugueses", destacou Cavaco Silva.
"Ajudar é reduzir o sofrimento daqueles que não conseguem entrar no mercado de trabalho ou que perderam o seu posto de emprego e encontram dificuldade em recuperar um outro", sublinhou.
Atitude patriótica
Segundo o chefe de Estado, o turismo é uma das atividades "mais importantes do nosso país, pelo emprego que cria, pela riqueza que permite acumular -- mais de 10 por cento da produção nacional - e também pelo seu baixo conteúdo de importações" .
Cavaco Silva recordou que fazer turismo no estrangeiro, significa importações de serviços e consequentemente o agravamento da divida externa de Portugal que "é um dos nossos maiores problemas".
"Cada um de nós deve pensar no contributo que pode dar para inverter esta situação, e iniciar um movimento sustentável de recuperação económica e parar o agravamento do desemprego", disse Cavaco Silva.
Segundo o Presidente da República, "passar férias cá dentro, nesta altura difícil, é também uma atitude patriótica".
Portugueses mantêm a intenção de viajar nas férias
Face aos tempos de crise, a solução escolhida é optar por estadas mais curtas. Espanha e Brasil figuram nas preferências dos que querem ir para o estrangeiro
Os portugueses mantêm os planos de viajar este ano de férias, apesar dos tempos de crise. Segundo o barómetro "Viagens dos Portugueses 2010" realizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) em parceria com a MultiDados e no âmbito da iniciativa Tourism Think Tank, 91% revela o desejo de viajar este ano. Entre estes, 71% quer mesmo fazer mais que uma viagem por ano. O inquérito foi realizado a 2500 pessoas em Portugal continental e ilhas, entre 5 e 9 de Abril.
Brasil, Espanha, Reino Unido, França ou Itália, estão entre os destinos de eleição para os que pretendem fazer férias fora de Portugal. Mais de metade, prevê gastar durante as férias entre 26 a 75 euros diários por cada pessoa da família. Cerca de 41% tenciona reservar e comprar o alojamento através da Internet, e 24,6% recorrer aqui aos serviços de uma agência de viagens.
Resultados semelhantes são apurados pelo inquérito "Férias fora de Casa" do portal de reservas Hotels.com, cujo foco foi o de apurar se a crise financeira irá afectar as opções de férias dos portugueses. O inquérito foi realizado pela Marktest, de 5 a 11 de Maio, a 400 residentes em Portugal.
De acordo com o inquérito da Marktest, 34% dos portugueses entrevistados continua em 2010 a querer fazer férias fora de Portugal pelo menos uma vez por ano, apesar do ambiente recessivo. Este valor reflecte uma ligeira subida face aos 31,5% do inquérito similar realizado em 2009, indiciando uma tendência de aumento de confiança dos portugueses em investir na compra de férias fora do país.
Confrontados com a questão se os seus planos de férias serão afectados pela crise económica, 47,2% dos inquiridos respondeu que não, mostrando-se assim resistentes às mensagens pessimistas em torno da crise, e no sentido destas não atrapalharem os seus planos de férias.
Estadas mais curtas, afirma-se como a principal solução (para 22,7% dos inquiridos) no sentido de contornar os tempos de crise sem abdicar dos planos de viajar. Já o grupo etário dos 25 aos 34 anos revela que irá optar por fazer férias mais económicas.
Uma fatia residual, 5,2% dos inquiridos, pretende optar pela solução "radical" de em 2010 ficar em casa durante as férias, segundo o mesmo estudo.
Fonte: Jornal Expresso.